






Na edição deste ano do Festival Internacional de Cinema Independente IndieLisboa, que decorrerá na capital portuguesa entre 23 de maio e 2 de junho, o cinema romeno estará representado pela longa-metragem Where Elephants Go de Gabi Virginia Şarga e Cătălin Rotaru, selecionada na Competição Smart7. A convite dos organizadores do festival e com o apoio do Instituto Cultural Romeno em Lisboa, a atriz Alice Cora Mihalache marcará presença na projeção do filme, seguido de uma sessão de Q&A. O filme será projetado no dia 26 de maio de 2024, no Cinema Fernando Lopes, às 21h30.
Where Elephants Go é a terceira colaboração dos realizadores-argumentistas Gabi Virginia Şarga e Cătălin Rotaru. É uma coprodução romena da Green Cat Film, Atelier de Film e Avanpost, distribuída internacionalmente pela Reason8. Entre a infinidade de temas propostos e abordados pelo filme, destaca-se a dupla mãe-filha, formada por Magda (Alice Cora Mihalache) e Leni (Carina Lăpușneanu), duas personagens femininas lutadoras que falam da típica tenacidade feminina para enfrentar as vicissitudes do destino. Magda e Leni demonstram com delicadeza e coragem que não são poucos os sacrifícios que uma mulher ou menina, mãe ou filha, devem fazer para vincar num mundo hostil. O filme teve a sua estreia mundial no dia 15 de março, no Festival de Vilnius, evento que abre a temporada Smart7, na presença dos dois realizadores, das atrizes principais Alice Cora Mihalache e Carina Lăpușneanu, a produtora Gabi Suciu e o diretor de fotografia, Adrian Pădurețu. A montagem é assinada por Ștefan Azaharioaie e a cenografia por Simona Pădurețu. O elenco também inclui Richard Bovnoczki, Iulia Verdeș e Kani-Andrei Hîncu.
Alice Cora Mihalache (nascida em 1983, Constanța, Roménia) é uma atriz de teatro e cinema. Licenciou-se pela Faculdade de Línguas e Literaturas Estrangeiras da Universidade Cristã "Dimitrie Cantemir", na especialidade de Inglês e Espanhol, e pela Faculdade de Teatro da UNATC "I.L. Caragiale", na classe do professor Adrian Titieni. Vive em Bucareste, onde pode ser vista no palco da Ópera Nacional, num espetáculo de teatro-dança. Juntamente com os realizadores Hakan Unal e Hamed Soleimanzadeh, filmou na Turquia a película The Shell, em língua turca. Trata-se de uma coprodução turco-romena-iraniana que está em pós-produção. Além disso, faz parte do elenco do próximo filme artístico do realizador Bogdan Mureșanu, The New Year That Never Came. O papel que interpreta na longa-metragem Where Elephants Go está cheio de variações e muitos estados de espírito ao mesmo tempo. É um papel complexo, o mais forte que desempenhou até à data. Filmografia: Fashion Race (2014), Pororoca (2017), See You Soon (2019), Dampyr (2022), Watcher (2022), Where Elephants Go (2024).
Sinopse Where Elephants Go: O filme conta a história de Leni, uma menina com uma doença incurável que quer deixar um rastro da sua existência. De Magda, a sua mãe que luta para salvá-la e para isso se prostitui, e de Marcel, um jovem deprimido e com tendências suicidas. É uma história de amor e amizade de três personagens que se encontram num momento difícil das suas vidas. Mas também é uma comédia. Embora o nome do filme sugira a presença de elefantes, eles estão completamente ausentes, sendo substituídos por uma estética que irá desafiar e incitar o espectador. O filme convida a uma introspeção sobre a fragilidade humana e a nossa vulnerabilidade, através de diálogos profundos e momentos cómicos, e tem como objetivo tirar o espectador da zona de conforto e fazê-lo enfrentar as questões essenciais da existência.
"Este filme é um diálogo contínuo entre uma estética de identificação e uma estética de distanciamento. Levaremos o espectador a empatizar com os dramas das personagens, a sofrer e a rir com eles, mas ao mesmo tempo mostrar-lhe-emos os pré-fabricados a partir dos quais são construídos os dramas das mesmas personagens. Este filme pretende desafiar o espectador através da montagem, do som e da cor, tirá-lo do conforto da sua alma, para assumir a sua existência como uma vulnerabilidade que necessita de ser interrogada. A função essencial deste filme não é entreter, iludir o espectador com ilusões, mas destruir as ilusões e forçá-lo a enfrentar questões essenciais. O espetador de cinema não é nada passivo, ele é, em parte, autor do filme pelo próprio ato de decodificação do filme. A nossa intenção é fazer com que o espetador participe ativamente na ficção cinematográfica proposta e, após o visionamento, questione o sentido da sua própria ficção." – Gabi Virginia Şarga, Cătălin Rotaru
A competição Smart7 surgiu na 20ª edição do IndieLisboa e nasceu de um encontro internacional entre sete festivais de cinema europeus que fazem parte da mesma rede: Thessaloniki IFF, Reykjavic IFF, Festival Internacional de Cinema de Vilnius Kino Pavasaris, Festival Internacional de Cinema New Horizons, Festival Internacional de Cinema FILMADRID, IndieLisboa e Festival Internacional de Cinema da Transilvânia. O júri é normalmente composto por sete jovens estudantes dos países mencionados. Por conseguinte, sete longas-metragens selecionadas da Grécia, Islândia, Lituânia, Polónia, Portugal, Espanha e Roménia irão circular em 2024 pelos sete festivais. No final da temporada, no âmbito do Festival de Salónica (marcado para novembro), um júri internacional decidirá o realizador vencedor. O objetivo da rede Smart7 é responder às necessidades atuais da indústria cinematográfica e proporcionar uma nova visão para o futuro da cultura dos festivais de cinema. Ao mesmo tempo, o Smart7 é também uma secção competitiva, através de um programa itinerante colaborativo e coordenado entre os festivais, com uma seleção de sete filmes escolhidos pelo seu valor artístico e proposta narrativa.