INDIELISBOA 2008 5º FESTIVAL INTERNACIONAL DE CINEMA INDEPENDENTE

INDIELISBOA '08 Estavam à espera de quê? Do IndieLisboa de costume?

http://www.indielisboa.com/amit/

Já é habitual o IndieLisboa ter que se reinventar a cada nova edição. Como não podia deixar de ser (por gosto ou por motivos de força maior), o festival em 2008 volta a redesenhar o seu mapa de salas e a encontrar outras formas de potenciar ainda mais a sua programação e iniciativas paralelas.
A inovação mais visível é obviamente a nova identidade visual do IndieLisboa, que foi criada pela Brandia Central para marcar a entrada do festival, no seu quinto aniversário, na etapa seguinte de um processo de crescimento e maturação. 

Outra grande novidade é a inclusão do Teatro Maria Matos no conjunto de salas do IndieLisboa. Juntando-se este ano ao Cinema S. Jorge, ao cinema Londres e ao Fórum Lisboa, o Teatro Maria Matos vai acolher uma fatia muito importante da programação regular do IndieLisboa e também algumas das sessões especiais, assim como outras actividades complementares desenvolvidas pelo festival (nomeadamente a série de conferências e o seminário organizadas durante o festival, as Lisbon Talks). 

Ao contrário do que aconteceu em anteriores edições, em que o domingo de encerramento do IndieLisboa era destinado exclusivamente à apresentação dos filmes premiados, este ano o festival prolonga mesmo até ao seu último dia as suas propostas de programação, apresentando não apenas os principais vencedores (com sessões dedicadas aos leitores do "Público", jornal que este ano irá também sugerir diariamente um filme de entre o vasto programa do festival), mas possibilitando também assistir às últimas passagens de alguns dos filmes das várias secções não-competitivas e a um filme-concerto IndieJúnior. 

Na vertente de programação, mantendo-se ou reforçando-se as secções estruturais do festival (Competição, Observatório, Laboratório, IndieJúnior, esta com um aumento sensível no número de sessões e também de acções de formação especificamente dirigidas ao público infantil e juvenil) e as secções complementares (Director's Cut, IndieMusic), as grandes novidades são mesmo os nomes incontornáveis que este ano preenchem a secção Herói Independente.
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Para completar as retrospectivas de 2008, escolhemos a Roménia
como país em foco. É já um lugar comum falar em renascimento do cinema romeno. Os prémios obtidos nos principais festivais mundiais (e os próximos que se adivinham pois vários dos seus realizadores mais conceituados estão presentemente a terminar novos filmes) ajudaram a colocar no mapa um país que há apenas cinco ou seis anos quase não tinha expressão cinematográfica a nível internacional. Escolhemos ir à origem de uma história de sucesso e traçar o percurso desta cinematografia nos anos imediatamente anteriores ao momento da sua eclosão nos grandes palcos do cinema. O programa Novo Cinema Romeno não só permitirá redescobrir os menos conhecidos primeiros filmes dos seus nomes actualmente mais destacados (uma linha avançada constituída por Cristi Puiu, Corneliu Poroumboiu, Cristian Mungiu, Radu Muntean), como também irá dar a ver a "segunda linha" e as mais jovens promessas dessa cinematografia. 
No ano em que a Roménia
vai ficar mais próxima de nós pela capacidade que o cinema tem de ser um excelente instrumento de descoberta e aproximação entre povos e culturas, o IndieLisboa associa-se igualmente às comemorações do Ano Europeu do Diálogo Cultural 2008 (AEDI). A abrangência da proveniência geográfica do total dos 237 filmes programados (estão representados 40 países) espelha bem a vocação multiculturalista do festival. Para além disso, disseminados pelas suas várias secções, o festival exibe um conjunto de filmes que promovem o diálogo intercultural e justificam debater a sua premente necessidade hoje num mundo cada vez mas globalizado.  (...) 

Se a edição de 2007 ainda foi determinada por um notório crescimento quantitativo do festival (no número de salas, sessões e filmes exibidos), em 2008 o IndieLisboa quer sobretudo crescer qualitativamente, apurando as linhas essenciais da sua missão: partilhar o nosso entusiasmo com algum do melhor cinema que se faz actualmente em todo o mundo e fazer uma grande festa à volta desta arte. Sem deixar de ambicionar querer fazer mais, queremos sobretudo fazer ainda melhor. 

A Direcção do IndieLisboa – Festival Internacional de Cinema Independente
Miguel Valverde
Nuno Sena
Rui Pereira 

O FESTIVAL: AS SECÇÕES E A PROGRAMAÇÃO
Este ano IndieLisboa terá 236 produções e uma selecção de 238 filmes da Europa, Àsia, Australia, Canadá e América Latina.

COMPETIÇÃO OFICIAL
A Competição Oficial de Longas e de Curtas-Metragens do IndieLisboa 2007 é composta por filmes nunca antes apresentados publicamente em Portugal e terminados em 2007 ou 2008. A esta secção competitiva concorrem filmes de ficção, animação, documentários ou obras experimentais, e que sejam primeiras e segundas obras, numa clara aposta em novos realizadores. 
OBSERVATÓRIO
O Observatório, composto por Longas e Curtas-Metragens, pretende ser um radar, no qual serão apresentados filmes que, não podendo integrar a competição oficial (seja porque são anteriores às datas de selecção, porque já passaram noutras manifestações cinematográficas em Portugal, ou porque os seus realizadores já obtiveram um reconhecimento mais alargado) são obras essenciais no panorama do cinema independente contemporâneo. Cada um dos dois programas - longas e curtas metragens, apresentados separadamente - será também composto por obras de ficção, de animação, documentários ou filmes experimentais. 


LABORATÓRIO
Esta secção tem como compromisso mostrar obras mais inclassificáveis, que baralham/ultrapassam as barreiras instituídas de géneros e formatos no cinema, trabalhando os seus realizadores em territórios menos explorados. É um espaço de programação de maior liberdade, onde estarão obras que dificilmente poderiam entrar na Competição Oficial ou no Observatório. 

COMPETIÇÃO NACIONAL
A Competição Nacional de Curtas e de Longas Metragens é transversal a todas as secções do Festival. Engloba os filmes portugueses seleccionados, mas não os elimina das suas respectivas secções (Competição Internacional, Observatório, Laboratório). Aqui, ao contrário da Competição Internacional, são aceites filmes mesmo que não sejam primeiras ou segundas obras. 

HERÓI INDEPENDENTE
Esta secção é dedicada aos que trabalham em prol de um cinema totalmente livre de pré-conceitos e preconceitos, livre de indústrias pesadas e mercados autistas, livres, sobretudo, de resultados imediatos. São os duros, são os pacientes da nova era e, como tal, são os heróis do cinema independente. Como nunca chegam a entrar no sistema, como são sempre marginais à linha de conduta esperada não se tornam arrogantes, preguiçosos ou carreiristas. Tornam-se maiores, tornam-se visionários. Em cada edição do festival será, por isso, prestada uma homenagem, com a apresentação da retrospectiva da obra de uma personalidade desde sempre associada ao cinema independente, que poderá ser uma personalidade, instituição, ou país.
Depois da homenagem ao Festival de Sundance na 1ª edição, ao Cinema Independente Argentino e ao cineasta chinês Jia Zhangke, em 2005, aos realizadores Michael Glawogger, Jay Rosenblatt, Nobuhiro Suwa e Edgar Pêra, em 2006, e no ano passado o realizador japonês Shinji Aoyama e o Novo Cinema Alemão, este ano serão homenageados os realizadores de Hong Kong Johnnie To e o espanhol José Luís Guerin e, ainda, o Novo Cinema Romeno, no âmbito da secção Herói Independente.
NOVO CINEMA ROMENO Na sequência de edições anteriores onde homenageámos o "Novo Cinema Argentino" e "Um Cinema Alemão", vamos chamar a atenção no IndieLisboa 2008 sobre o "Novo Cinema Romeno". Identificado por muitos como "Nouvelle Vague" romena, por outros como "Nouvelle Nouvelle Vague" e por outros ainda como "Neo-Realismo" não há dúvida que nos últimos dez anos algo fervilha na Roménia. Os chamados "filhos do decreto" tomaram conta da vida artística depois da revolução que ditou a queda de Ceausescu. E se o seu cinema se tornou mais realista e irónico, na boa tradição do grande cineasta romeno exilado, Lucian Pintilie, uma produção cuidada e uma estratégia de promoção e lançamento correcta tem levado os filmes romenos a ganhar os principais festivais internacionais de cinema. Exemplo disso é a recente Palma de Ouro do último Festival de Cannes para o filme "4 Meses, 3 Semanas, 2 Dias" de Cristian Mungiu. O IndieLisboa decidiu ir à origem e mostrar os primeiros filmes de cineastas como Cristi Puiu, Cristian Mungiu, Cristian Nemescu, Corneliu Porumboiu, Tomas Ciulei, Hanno Hoffer, Adina Pintilie, Paul Negoescu e muitos outros ainda por descobrir fora da Roménia. Os géneros cinematográficos com maior expressão na Roménia são a ficção e o documentário e por isso, interessou-nos procurar as suas expressões máximas. Acreditamos, ainda, que este programa chamará ainda mais a atenção desta cinematografia e, ao mesmo, tempo, ajudará a lançar novos nomes no mercado internacional. 
Dossier de Imprensa do IndieLisboa 2008