Marian Nacu. Os contos de um joalheiro

No final de um ano em que o ICR Lisboa marcou a paisagem exposicional lisboeta graças a alguns acontecimentos de elevada e impressionante qualidade, a 2 de outubro de 2014, pelas 19 horas, será inaugurada no Museu de Artes Decorativas Portuguesas do bairro lisboeta de Alfama, a exposição Os contos de um joalheiro do mestre Marian Nacu. O evento será o primeiro que o ICR Lisboa consegue inscrever na programação do prestigiado museu, e o início de toda uma série de intercâmbios de saber-fazer que abrirá aos artistas decorativos romenos o acesso à tradição multissecular, excecional, dos artistas e artesãos portugueses.
O que fascina desde logo nas joias criadas por Marian Nacu é o facto de os “seres” que nascem do seu talento receberem do artista não apenas forma e brilho, mas também fôlego e a uma história própria. Da confrontação dos dedos do mestre com o soprador e as pinças, a prata ganha espírito e as pedras tornam-se verdadeiramente preciosas, tal como nas histórias fantasiadas das Mil e Uma Noites.Na sua primeira exposição relevante, há mais de três décadas, nas Galerias Galateea de Bucareste, o artista via-se obrigado, por falta de recursos materiais, a amestrar o aço. Desde então assistimos a uma evolução artística: do crítico pós-moderno autêntico, em aberta rebelião contra os lugares comuns e os fazedores de pastichos – até ao estatuto de Mestre, por sua vez seguido e comentado. A exposição, sucinta passagem em revista das várias fases da criação de Marian Nacu, é um testemunho sobre o destino de um criador de beleza que atingiu uma efervescente maturidade artística.
FRESS - Fundação Ricardo do Espírito Santo, foi fundada em 1953 pelo banqueiro e colecionador Ricardo do Espírito Santo Silva que doou, no seu ato fundador, o Palácio Azurara e parte da sua coleção privada ao Estado Português. A Fundação, criada como um Museu-Escola, tem a finalidade de proteger e divulgar a tradição das Artes Decorativas Portuguesas e outros ofícios relacionados.Hoje em dia, além do museu, a Fundação tem 18 oficinas e laboratórios artísticos que mantêm vivo um gigantesco património imaterial e o saber-fazer que asseguram a capacidade de intervenção especializada a nível do património português, quando se coloca a questão da sua conservação e restauro.
A Fundação tem ainda duas Escolas para ensino das Artes: a Escola Superior de Artes Decorativas (ESAD) e o Instituto de Artes e Ofícios (IAO) que garantem a perenidade da transmissão do saber, tornando o ensino das artes numa missão prioritária.
Ao longo das décadas que passaram desde a sua criação, a Fundação ganhou uma referência de prestígio na preservação e na promoção do saber-fazer das artes decorativas portuguesas.

Marian Nacu tirou os cursos do Instituto de Artes Plásticas “Nicolae Grigorescu” de Bucareste em 1978, na turma orientada pelo mestre Nicolae Adam (geração “Metal”). Entre 1983 e 2014 teve 20 exposições pessoais na Roménia. A partir de 1983 participou em todos os Salões Nacionais e os Salões de Artes Decorativas da União dos Artistas Plásticos da Roménia, tendo recebido numerosos prémios em reconhecimento da sua excelência artística. Paralelamente participa em várias exposições de grupo. A partir de 1985 marca presença e recebe prémios em importantes salões internacionais e após 1991 teve várias exposições pessoais no estrangeiro: em França, Itália, Reino Unido, Alemanha, Estados Unidos, Japão, Líbano, Rússia, Bélgica, Áustria. As suas obras foram exibidas em desfiles de moda (em colaboração com a estilista romena Doina Levința) mas também em inúmeras apresentações exclusivistas de joalharia no meio diplomático, de negócios ou privado. Criou joias para os filmes “Drácula” e “François Villon” realizados na Roménia, bem como troféus para vários concursos nacionais. Restaurou duas igrejas na República da Moldávia. Em 2004 foi outorgada a Marian Nacu a Ordem de Mérito Cultural, grau de Cavaleiro, pelo Presidente da Roménia, em sinal de apreço por toda a sua atividade.
Museu de Artes Decorativas Portuguesas
Largo das Portas do Sol, 2
1100-411 Lisboa
Telefone: (+351) 21 881 46 00

Aberto das 10h00 às 17h00.

Autocarros:737
Elétricos: 12, 28

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