No dia 9 de março de 2014, às 16h00, o Instituto Cultural Romeno em Lisboa (ICRL) convida-vos ao Centro Cultural de Redondo para a inauguração da exposição de fotografia "Roménia. Paisagens de Água. Delta do Danúbio". A exposição, uma itinerância daquela exposta no mês de novembro de 2013 na sede do ICRL, é organizada em colaboração com a Câmara Municipal de Redondo e integra o festival anual Saberes e Sabores de outras Gentes.
Os fotógrafos Alexandru Tomazatos e José Luís Jorge criam um interessante tandem plástico, colocado na fronteira entre arte e antropologia. Os dois olham para o tema escolhido através de duas lentes, refletindo sensibilidades complementares.Alexandru Tomazatos encara os homens do Delta como familiares esquecidos, tentando com ternura trazer à luz todo um leque de vivências – da tristeza e teimosia até à alegria e esperança. Uma vez chegado ao Delta, José Luís Jorge deixa-se levar pela nostalgia da Amazónia e, com espírito de repórter, procura gravar, à semelhança dos seus antepassados exploradores, segredos, rituais e costumes domésticos, sinais de um exotismo estranho e familiar ao mesmo tempo.
A exposição, que nasce da colaboração dos dois, é a expressão de um olhar atento, que procura, não tanto o sentido plástico das sequências surpreendidas, como a sua autenticidade. Trata-se de uma pesca sui generis de imagens, sem isca, onde a principal virtude do pescador ancestral – a paciência – é recompensada através de captações espantosas.
A disposição da exposição tentou alternar, de forma subtil e concertada, as duas sensibilidades e experiências artísticas, desejando surpreender, além da música das águas do Delta, o rumorejo humano que as acompanha.
O Delta do Danúbio, o areal onde o segundo rio da Europa se une com o Mar Negro, foi gravemente afetado pelo regime comunista, que teve como objectivo, entre outros, a drenagem e uma agricultura agressiva. Em 1991, o Delta foi incluído no Património Mundial pela UNESCO (através do programa "Homem e Biosfera"). Os habitantes do delta ocupam menos de 20% desse território. Eles constituem o assunto "escondido" que Alexandru Tomazatos e José Luís Jorge trazem à luz na exposição realizada com a iniciativa do ICR Lisboa. As fotografias foram realizadas durante o ano de 2012.
Alexandru Tomazatos tem formação em biologia mas, armado com a câmara fotográfica e com a própria sensibilidade artística, passou rapidamente do rigor da ciência para o campo das artes; a aventura que se seguiu concretizou-se em participações em exposições coletivas e individuais.2008: O 3º lugar no concurso de fotografia de paisagem "Ansel Adams", Roménia2009: Exposição coletiva "O conto do peixe" ("Povestea peştelui"), Livraria Cărtureşti, Bucareste, Roménia
2010: Exposição coletiva "Posmuş", no Instituto Francês em Bucareste, Roménia
2010: Exposição individual "Delta do Danúbio – uma parte do paraíso", Centro Cultural Francês de Iaşi, Roménia
2011: Exposição individual na feira de design romeno ROD, Bucareste, Roménia
José Luís Jorge é natural de Leiria, onde reside. Licenciado em Comunicação Social, na área da imprensa, enquanto repórter fotográfico, tem trabalhos publicados em diversos jornais e revistas, como o Diário de Leiria, Região de Leiria, Jornal de Leiria, Público, Sol, Expresso, Tempo Livre, Invest e Volta ao Mundo.É autor do livro "O Cheiro das Especiarias" e co-autor de "Os Trabalhadores Laneiros no Distrito de Leiria" e "Sensibilidades 25". Realizou diversas exposições individuais e coletivas, em Portugal Espanha e Alemanha. Em 2008 recebeu uma Menção Honrosa no Oitavo Prémio de Fotojornalismo Visão / BES, em 2012 recebeu um 1º Prémio no concurso "Pampilhosa Inspira Natureza".
A exposição estará patente de 9 a 30 de março de 2014 no foyer do Centro Cultural de Redondo de segunda à sexta entre as 9h00 e 17h. Entrada livre.
