















A Galeria do Instituto Cultural Romeno em Lisboa (Rua do Barão 10, Alfama) acolhe, de 10 de fevereiro a 29 de maio de 2022, a exposição coletiva s o b r e V I V E R, com curadoria de Andrei Rosetti. A exposição integra obras de pintura, desenho, fotografia, objeto, performance e vídeo do grupo de artistas romenos contemporâneos “NOIMA”, fundado em 2003 e formado por: Ciprian Bodea, Dan Gherman, Cosmin Frunteş, Sorin Scurtulescu e Andrei Rosetti. A inauguração está marcada para o dia 10 de fevereiro, às 18h30 e contará com a presença do artista Cosmin Frunteş.
O confinamento dos artistas de todos os campos da arte na primeira metade de 2020, durante as restrições mais severas da pandemia de Covid-19, traduziu-se em alguns casos em oportunidades de novas e inevitáveis introspeções e descobertas de novas formas de expressão. Os artistas visuais, muitas vezes dependentes do contato direto (visual ou mesmo tátil) entre o recetor e a obra de arte, da visita presencial à galeria onde a mesma está exposta, um dos lugares preferidos onde se pode realmente, interagir diretamente com a obra de arte, foram talvez os mais afetados pela distância social imposta ao longo de 2020 e posteriormente.
O ICR Lisboa propõe, por conseguinte, um tipo de desforra - uma retrospetiva da pandemia, na perspetiva do grupo NOIMA. O próprio título da exposição, s o b r e V I V E R, inscrito como uma fração nos materiais visuais que promovem o evento, sugere a fratura que a pandemia de Covid-19 representa na vida dos artistas, nas nossas vidas e na vida da nossa sociedade, em geral. Os artistas do NOIMA focaram-se na linguagem da land-art e no vídeo documento (enviado para exposições à distância). As reuniões foram restritas, em ambientes isolados, chalés, mosteiros, etc., sem público. Foi também um bom momento para processar e arquivar dados recolhidos durante os quase 20 anos de NOIMA.
O grupo NOIMA foi fundado em 2003 na zona oeste da Roménia - Transilvânia. Os fundadores do grupo estudaram pintura em Timişoara, no final dos anos 90, em oficinas coordenadas pelo pintor Constantin Flondor. Os primeiros diálogos nascem na faculdade, na Galleria28 (Timișoara) e no Café Literário Joy's (Arad). O grupo torna-se um contexto necessário para evitar o isolamento (cultural), um ambiente favorável para a busca de direções de conteúdo, um amplificador de vozes solitárias. NOIMA significa antes de tudo uma oficina coletiva de pintura, muitas vezes aberta a outros meios de expressão - vídeo, fotografia, instalação ou performance. A estreia do NOIMA esteve ligada ao regresso à pintura plein-air, e muitas das ações do grupo nos últimos anos assentam na experiência da observação da realidade envolvente, que, no contexto da realidade pandémica, se tornou numa mais-valia inesperada. Mais informações sobre o grupo: https://noima.ro/.
A exposição estará patente até 22 de março de 2022, e poderá ser visitada de segunda à quinta-feira, entre às 09h00 e às 17h00.