Primeiro plano: Constantin Brâncuşi

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Este ano, por ocasião do Dia de Brâncuşi, celebrado anualmente a 19 de fevereiro, o ICR Lisboa organiza uma conferência apresentada pela curadora e crítica Helena Mendes Pereira, diretora da Galeria ZET de Braga, sobre Constantin Brâncuşi e a sua estreita ligação com o jovem pintor português Amadeo de Sousa Cardoso. A conferência será seguida pela transmissão de um vídeo estruturado em torno da entrevista concedida por Brâncuşi à jornalista Apriliana Medianu e publicada a 6 de outubro de 1930 no diário Curentul. O texto da entrevista - traduzido para português e apresentado por esta ocasião pela primeira vez ao público português - será lido pelo ator Nuno Pinheiro. A conferência intitulada Amadeo de Souza-Cardoso e Constantin Brâncuși: uma amizade para lá de Paris e a projeção decorrerão na sede do ICR Lisboa, no dia 17 de fevereiro de 2022, a partir das 18h00.

Na investigação mais recente levada a cabo sobre Amadeo de Souza-Cardoso, e que culminou na promoção de várias exposições, na produção de um documentário e na publicação do Catálogo Raisonné, a grande novidade sobre a vida e obra do pintor, que levou à localização de várias dezenas de pinturas e desenhos inéditos ou desaparecidos, é a sua amizade, já enunciada mas nunca comprovada, com o escultor romeno Constantin Brancusi (1876-1957), um dos nomes mais importantes da arte do século XX. Foi, aliás, com um retrato de Amadeo e uma escultura de Brancusi (Maiastra, 1911) que abriu uma das exposições que, nos últimos 15 anos, o Centro de Arte Moderna José de Azeredo Perdigão (Fundação Calouste Gulbenkian) organizou sobre o pintor português, no âmbito do vasto trabalho de investigação levado a cabo.

"Eis-me no país do sol e da tranquilidade das montanhas", escreve Amadeo na carta que enviou de Manhufe ao escultor que terá conhecido por volta de 1910 e de quem terá sido muito próximo, tal como foi de Amadeo Modigliani (IT, 1884-1920), uma relação já conhecida e documentada. "Entre Modigliani, Amadeo e Brancusi há uma grande relação vivencial, uma grande intimidade", diz Catarina Alfaro, uma das responsáveis à data pela investigação, explicando que foram encontrados quatro postais e uma carta do pintor português para Brancusi. Além destas evidências sobre a relação entre ambos, na comunicação, Helena Mendes Pereira procurara explorar de que forma a produção artística de ambos é influenciada por esta amizade e, ao mesmo tempo, como e porquê se tornaram ambos nos referenciais dos seus países durante décadas, influenciando dezenas de outros artistas.

Entrada há mais de meio século no património da arte universal, a obra de Constantin Brancusi suscita ainda hoje amplas discussões e exegeses. Tal como em torno de qualquer obra-prima - capaz de mudar os critérios estéticos e os marcos de referência na compreensão do gesto artístico – têm-se desenvolvido inúmeros ​​comentários entusiastas e tentativas cada vez mais assíduas de decifrar uma mensagem e um estilo que ultrapassaram a sua época. Neste contexto, o ICR Lisboa presta homenagem ao grande escultor Constantin Brâncuși, colocando em destaque as suas ligações com as personalidades portuguesas no campo das artes plásticas, como reflexo do impacto da sua obra na arte ocidental no século XX.