A noite mais esperada da literatura europeia terá lugar em vários espaços do bairro de São Sebastião - Câmara Municipal Distrital das Avenidas Novas, em Lisboa, no sábado, dia 28 de junho de 2025. Entre as 19h00 e as 23h30, o público poderá assistir a 10 sessões de leitura encenadas por atores e atrizes, com a duração de 10 a 15 minutos e repetidas de meia em meia hora. O público da Noite da Literatura Europeia terá a oportunidade de aprender sobre a literatura de 15 países europeus: Alemanha, Áustria, Bélgica, Espanha, Estónia, Finlândia, França, Grécia, Irlanda, Itália, Luxemburgo, Polónia, Portugal, Reino Unido e Roménia.
A edição de 2025 da Noite da Literatura Europeia irá apresentar poemas, romances, ensaios, teatro e contos, que mostram, entre outras temáticas, o amor num dos períodos mais turbulentos da história europeia, a queda do muro de Berlim, a experiência de um jovem internado involuntariamente numa ala psiquiátrica, a luta contra a superficialidade e a indiferença, a capacidade de resiliência humana e de sobrevivência numa sociedade que não aceita o “diverso”, o testemunho da tragédia do genocídio ruandês, uma viagem gastronómica que revela a relação entre poder e comida, a complexidade do mundo contemporâneo dominado pelas redes sociais, etc.
No Reino da Disfunção (Cartier, 2024) a viagem existencial da autora é poetizada, „desde a perda de si mesma - manifestada pela insegurança, ansiedade e falta de confiança nas grandes certezas da sociedade - até à redescoberta da estabilidade emocional ou, pelo menos, da ilusão da mesma, porque o dedo indicador nunca se afasta muito do "botão do pânico". – Sorina Rîndasu
O Reino da Disfunção: „Há, no tão aguardado novo volume de Sorina Rîndașu, O Reino da Disfunção, um olhar objectivo, um olhar sombrio de tristeza que regista vislumbres da realidade como pano de fundo da relação com o outro, uma relação nunca terminada. Temos um livro em que a violência do som duplica a violência do significado, que, por sua vez, é duplicada em todos os estados que compõem a angústia: o horror interior, a letargia, os dias de podridão, a vergonha, o medo, a disfunção, a deslocação, o fracasso. O ressentimento. Soterrado sob a aparência de um jornal diário plano e inofensivo, esconde-se um mundo de sabor apocalíptico, um mundo interior, mas também o seu espelho exterior – que se desfazem em uníssono, explodindo em imagens nítidas, num vocabulário de atmosfera que promete ser marca registada do autor. Este desdobramento de estados de espírito e de gestos não é uma simples representação de neuroses pessoais, mas fala também do desamparo e da desilusão de uma geração que perdeu o fôlego e os espaços vitais, tendo muitos dos poemas o ritmo e a carga de manifestos. Por último, mas não menos importante, existem os chamados biografemas de que Barthes falava, espalhados por todo o texto confessional, sobretudo na segunda parte, em que as raízes e o sangue se tornam pretextos para vocalizar as mesmas camadas de angústia, desta vez com o foco na corporalidade e na fragilidade. Certamente, o volume de Sorina Rîndașu, a sua verdadeira estreia, será, já é, um dos mais fortes deste ano."– Florina Pîrjol
Sorina RÎNDAȘU (Suceava, 2003) é licenciada do Colégio Nacional Petru Rareș na sua cidade natal, é, atualmente, aluna da Faculdade de Letras, secção Romeno-Inglês da Universidade Alexandru Ioan Cuza, Iași. É a vencedora do prémio Constantin Virgil Bănescu no Concurso Nacional de Poesia, com a obra O Mesmo Céu Que Não Existe (2022).Estreou-se em 2018 com o livro de poesia Catorze vidas e mais uma eternidade. Em 2024, o seu volume O Reino da disfunção foi publicado pela editora Cartier.
Nuno Pinheiro é licenciado em Teatro, pela ESTC e Mestre em Teatro pela mesma escola. Além do seu trabalho como actor, com trabalhos em televisão, cinema, publicidade e locução, é professor, produtor, assistente de encenação, diretor de casting, formador e criador. Trabalhou com Maria J. Vicente, Rita Nunes, António Mortágua, Tiago Vieira, João Manso, David Marques, Teresa Coutinho, Tiago Cadete, entre outros. Como autor, colaborou com Filipa Matta, Susana Gaspar e João Villas Boas.
Corneliu Popa é um tradutor com uma vasta experiência e tem participado em numerosos festivais de poesia, transpondo para português poemas de vários poetas romenos representativos, entre os quais Ana Blandiana, Mircea Dinescu, Magda Cârneci, Ioan Es. Pop. Em 2008, traduziu „O Diário Português", de Mircea Eliade, para a editora Guerra & Paz, e em 2012 publicou a tradução do romance „Uma Manhã Perdida”, de Gabriela Adameșteanu, para a editora D. Quixote, que obteve uma receção excecional por parte da crítica literária portuguesa. Em 2017, traduziu para a editora Guerra e Paz o volume de poesia assinado por Dinu Flămând, „Sombras e Falésias”,e em 2019 publicou, pela mesma editora, "Antologia da Poesia Romena Contemporânea", 50 anos de poesia através das vozes de 27 dos poetas romenos mais apreciados da atualidade.
A Noite da Literatura Europeia é uma iniciativa da EUNIC Portugal, rede que reúne institutos culturais e embaixadas de países da União Europeia, em parceria com a Câmara Municipal de Lisboa, a Rede de Bibliotecas de Lisboa BLX, a Representação da Comissão Europeia em Portugal, a Europa Criativa, a Junta de Freguesia das Avenidas Novas e El Corte Inglés.