Cetăţenii Paradisului

A Exposição de Gráfica Religiosa Cidadãos do Paraíso da autoria da artista plástica romena Elena MURARIU inaugurada no dia 21 de Março de 2009 pelo Instituto Cultural Romeno em Lisboa estará patente até dia 24 de Abril de 2009 de 2ª a 6ª das 10h00 às 17h00, na Sala de Exposições do ICRL, 5º andar (Rua Dr. António Cândido nº 18, Lisboa).
Cidadãos do Paraíso é uma exposição sobre a alma de cada um de nós, enquanto seres que aspiram a uma "cidadania edénica". Após o Sacrifício e a Ressurreição do Cristo Redentor, o Paraíso ficou aberto e a escada de Jacó uniu a Terra com o Céu.

A exposição é um apelo para o aperfeiçoamento espiritual e para a alegria. Organizada no período pré-pascoal, a exposição convida para o caminho da luz, da purificação, da meditação e da alegria pela Ressurreição. A Paixão precede a Ressurreição, tal como a morte precede a Vida Eterna. Os trabalhos de gráfica que compõem esta exposição falam sobre todas essas coisas. Quanto à linguagem plástica, eles falam sobre as grandes festas cristãs, sobre os anjos da luz, sobre o voo, os pássaros, os santos, os monges e sobre os homens na sua relação com Deus. Os desenhos-ícones transpõem os apontamentos de umas meditações sobre temas cristãos, esboços de iconostasis, rostos dos santos, propostas de manuscritos, anotações documentais, tais como nos Manuais antigos de Pintura Bizantina da Idade Média (Erminia). Os temas abordados são: o Nascimento, a Ressurreição, a Transfiguração de Cristo, a Escada de Jacó, a Escada das Virtudes, a Parábola das Dez Virgens. São descritos os Santos Pedro e Paulo, a Virgem Maria, São Jorge, São Serafim de Sarov, São Vicente, os Santos Brâncoveni, o São Dionísio (Denis).

Alguns dos desenhos-ícones são realizados em papel que lembra o valioso pergaminho, patinado pelos séculos. Outros desenvolvem-se sobre o branco imaculado da folha, que funciona como um espelho luminoso. Três linhas traçadas com precisão e algumas superfícies douradas intensificam a luz do espelho e conferem aos desenhos uma dimensão espiritual. Outros desenhos desenvolvem-se apenas sobre ouro. Por algumas linhas são escritos os nomes dos santos e por outras linhas, os seus rostos e os seus corpos.

A maioria dos trabalhos são quase monocromos, denotando austeridade e sugerindo a necessidade do olho de jejuar. Nos desenhos, apercebem-se os ecos das miniaturas sinaítas, das pinturas das catacumbas de Roma, dos cadernos de modelos dos pintores antigos, mas todas essas influências são amenizadas, ganhando todavia um novo sentido. Esses desenhos obedecem aos rigores dos Manuais antigos de Pintura Bizantina (Erminia), respirando porém um ar fresco de modernidade. Qualquer pessoa amante da beleza alegrar-se-á, redescobrindo nas obras de Elena Murariu, os sentidos e as formas artísticas ancestrais, numa modalidade reveladora da Água Viva que fomenta a arte cristã.