Raizes e ecos da vanguarda romena

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Um século e um ano depois da abertura, em Zurique, do Cabaret Voltaire por Hugo Ball e sua amiga Emmy Hennings, a organização de uma exposição que evoca a vanguarda romena é mais do que bem-vinda. Especialmente porque Ball-Hennigs não foram os únicos criadores do que hoje chamamos de projeto cultural DADA. No dia 5 de fevereiro de 1916, Jean Arp, Richard Huelsenbeck, Tristan Tzara, Marcel Iancu e o mais maduro Arthur Segall, encontravam-se ao lado destes dois criadores. Os três últimos, especialmente Tzara e Iancu, chegaram a ser conhecidos como a ala romena, muito ativa e representativa para a não-conformista e radicalmente iconoclasta DADA.

Partindo dessa premissa, as investigadoras romenas Mariuca Stanciu e Mirela Stermin selecionaram para a exposição que será apresentada no Instituto Cultural Romeno em Lisboa, entre 12 de abril e 12 de maio de 2017, um conjunto de desenhos e obras gráficas pertencentes ao Gabinete de Selos da Academia da Biblioteca Romena, da autoria de artistas como Victor Brauner, Jacques Hérold, Marcel Iancu, Iosif Iser, Hans Mattis-Teutsch, Max Hermann Maxy, Corneliu Michailescu, Paul Peacock, Jules Perahim, Milita Patrascu, Joseph Ross, Margaret Sterian. A inauguração no Instituto Cultural Romeno (Rua Barão, No. 10, Alfama) terá lugar no dia 12 de abril, às 19h00.

A exposição integra 35 painéis pensados de forma a aclimatar o público português ao movimento artístico romeno, conhecido genericamente como vanguarda.

A vanguarda é um fenómeno artístico predominantemente urbano. Na Roménia, a vanguarda ganhou o estatuto de arte citadina e de inovação técnica, no contexto sociopolítico da primeira metade do século XX, e esta característica é cuidadosamente destacada na exposição apresentada no Instituto Cultural Romeno em Lisboa. Para enfatizar o caráter sincrónico da vanguarda romena, os painéis apresentam referências a certos aspetos do modernismo (vanguarda) português, o elemento de comparação mais familiar para o público local, salientando semelhanças, bem como divergências. Os textos que acompanham os painéis são da autoria de Mariuca Stanciu, sendo a versão portuguesa assinada pelo professor Daniel Perdigão. A visão gráfica da exposição e o DTP foram realizados por Daniel Nicolescu.