Na véspera da Festa de São João, o ICR Lisboa tem o prazer de convidar o público lisboeta apaixonado pela arte, para a inauguração da exposição “Blouse Roumaine, Femme roumaine”.Concebido com o intuito de celebrar O Dia Internacional da Blusa Romena, o evento será organizado no dia 23 de junho de 2015, na galeria do rés-do chão do ICR Lisboa, na Rua do Barão 10, a partir das 19h00. Convidados de honra serão a curadora Cela Neamțu (a mais notável figura da tapeçaria romena contemporânea) e o grande romancista português Rui Zink. Serão expostas mais de 50 obras realizadas em diversas técnicas, propostas por 46 artistas de vários domínios: pintura, gráfica, escultura, cerâmica e fotografia.O ICR Lisboa lançou um desafio às artistas convidadas (entre as quais encontramos grandes nomes da arte contemporânea romena como Cristina Bolborea, Ștefania e Liliana Cenean, Celina Grigore, Stela Lie, Cela Neamțu, Carmen Paiu, Marilena Preda-Sânc, Beti Vervega, Andra Bădulescu-Vișniec e outras), não tanto para darem uma réplica artística ao famoso quadro “Blouse Roumaine” de Matisse, a fonte de inspiração desta exposição, como para transpor a “blusa romena” no século XXI e conceder aos motivos tradicionais presentes no vestuário tradicional uma dimensão artística contemporânea. A inauguração não foi por acaso programada na véspera da festa pré-cristã de São João, cujo mito faz parte (juntamente com o da eterna juventude) da materia primordial da própria espiritualidade romena.
Presente nas obras de importantes artistas (do pintor de igrejas Pârvu Mutu até Henri Matisse, mas passando também por Pablo Picasso, Theodor Pallady, Yves Saint-Laurent, Valentino, Iosif Berman, Carol Popp de Szathmary, C.D. Rosenthal, Nicolae Grigorescu, Camil Ressu, Francisc Şirato, Nicolae Tonitza e outros), “ia”, a blusa romena, foi, ao longo dos tempos, uma inesgotável fonte de inspiração para obras significativas. Além de ser um símbolo de elegância e bom gosto inato de um povo, a camisa feminina tradicional romena tem o potencial para se tornar uma imagem de marca da Roménia. Visto que os artistas acima mencionados são todos homens, a originalidade da exposição que o Instituto Cultural Romeno propõe ao público é realçada, pela primeira vez, por uma visão feminina desta amada peça de vestuário. Por outro lado, a exposição deseja ser uma homenagem atípica à mulher da Roménia e, ao mesmo tempo, um ensejo para que as artistas convidadas apresentem a sua própria visão sobre um símbolo, um modo de vida, sobre as quais estão em melhor posição para falar.
Rui Zink é professor na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa. Escreveu romances, ensaios, peças de teatro e livros para crianças. É também tradutor, cronista e autor de argumentos para banda desenhada. Publicou, entre outros, os romances Hotel Lusitano (1987), Apocalipse Nau (1996), O Suplente (2000) e Os Surfistas (2001), primeiro e-book em língua portuguesa, Dádiva Divina (Prémio do P.E.N. Clube Português, 2004), O Anibaleitor (2006), A Espera (2007), O Destino turístico (Prémio Ciranda, 2008) e A Instalação do Medo (2012). A sua obra ensaística e de ficção foi traduzida em doze línguas. Entre 2009 e 2010 foi professor convidado na Universidade de Massachussetts, Dartmouth.
Cela Neamțu licenciou-se em 1966 pelo Instituto „Nicolae Grigorescu” de Bucareste, departamento de arte téxtil e desde 1970 é membra da União dos Artistas Plásticos da Roménia.
Em 1990 tornou-se membro da I.T.N.E.T. (International Textile Network).
Teve várias exposições individuais em Bucareste (1969, 1973, 1976, 1982, 1988, 1993, 2000), Iaşi (1974, 1993), Düsseldorf, Velbert, Hilden e Bad Oyenhausen (Alemanha, 1983, 1988), Roma (1988) Ashkelon (Israel, 1991), Soissons (França, 1992), Nova Yorque e Washington D.C. (1997), Tel Aviv (2004), Galeria „Orizont” (Bucareste, 2008), Galeria „Dana” (Iaşi, 2008), Museu de Arte de Buzău (2009), Vision Centre (Cork-Irlanda, 2010), Galeria “Dialog“ (Bucareste, 2011).
Recebeu o 2º Prémio para Tapeçaria do Ministério da Cultura (1978), Premio da União dos Artistas Plásticos da Roménia para Tapeçaria (1984), Diploma de Honra na Quadrienal das Artes Decorativas de Erfurt (1986), Plaqueta da 8ª Bienal Internacional de Arte de Valparaiso, (Chile, 1987). Recebeu a Medalha de Ouro do Salão dos Artistas Franceses de Grand Palais (Paris, 2006). Em 2011, a Academia Romena concedeu a Cela Neamțu o prémio ,,Ion Andreescu” pelo conjunto da sua obra. Em 2011, a Presidência da Roménia concedeu-lhe a Ordem Nacional „Serviço Fiel” em grau de Comendador.