Para assinalar o dia 9 de outubro - Dia Nacional da Memória do Holocausto, em conformidade com a Decisão do Governo de 5 de maio de 2004, por recomendação da Comissão Internacional para o Estudo do Holocausto na Roménia, a Comissão, cujo presidente honorário é Elie Wisel (judeu nascido na Roménia, sobrevivente do Holocausto da Transilvânia, autor reomado, vencedor do Prémio Nobel da Paz), elaborou um relatório final que, para além de fazer uma avaliação científica da participação da Roménia no Holocausto, trouxe uma série de recomendações sobre as políticas da memória.
Por esta ocasião, no dia 9 de outubro de 2024, serão apresentados nas redes sociais do ICR Lisboa uma fotografia e um artigo escrito por Adrian Cioflâncă, Diretor do Centro “Wilhelm Filderman” para o Estudo da História dos Judeus na Roménia da Federação das Comunidades Judaicas da Roménia. A fotografia, que faz parte do arquivo pessoal do autor, é de 2004 e foi tirada durante as sessões de trabalho da Comissão Internacional para o Estudo do Holocausto na Roménia.
De acordo com um estudo assinado por Adrian Cioflâncă, a “comemoração do Holocausto é, antes de mais, sobre as vítimas, sendo dedicada à sua memória.Durante as cerimónias de comemoração, este facto é normalmente assinalado convidando os sobreviventes do Holocausto a contar brevemente à audiência os infortúnios vividos ou organizam-se projeções de documentários, exposições, conferências, debates, onde normalmente é reservado um espaço para as vítimas”. O historiador acrescenta: “2004 foi um ano decisivo, marcando uma mudança substancial no discurso e nas atitudes em relação ao Holocausto. Enquanto até então a negação do Holocausto tinha apoiantes públicos, inclusive em instituições estatais, depois de 2004 tornou-se impensável que representantes do estado romeno questionassem a existência do Holocausto e a magnitude do sofrimento dos judeus durante a Segunda Guerra Mundial. Houve outros casos, mas a reação do público foi cada vez mais instantânea e severa.”
Adrian Cioflâncă é historiador e diretor do Centro “Wilhelm Filderman” para o Estudo da História dos Judeus na Roménia da Federação das Comunidades Judaicas da Roménia, membro do Colégio do Conselho Nacional para o Estudo dos Arquivos da Securitate (Polícia Secreta Romena) e investigador científico do Instituto de História A. D. Xenopol da Academia Romena. Foi membro da Comissão Internacional para o Estudo do Holocausto na Roménia (2003 - 2004) e perito da Comissão Presidencial para a Análise da Ditadura Comunista na Roménia, tendo contribuído para os relatórios finais de ambas as comissões. Desde 2005, é membro da delegação romena da Aliança Internacional para a Memória do Holocausto. Foi bolseiro Tziporah Wiesel no Museu Memorial do Holocausto dos Estados Unidos, em Washington (2009), e, de 2010 a 2012, foi diretor do departamento do Instituto de Investigação dos Crimes do Comunismo e da Memória do Exílio Romeno. Em 2010, coordenou o projeto do Instituto Nacional para o Estudo do Holocausto na Roménia “Elie Wiesel” que levou à descoberta de uma vala comum em Popricani (distrito de Iași), com 36 judeus mortos durante o Holocausto. Editou sete volumes em colaboração, o último com o título:Istoria recentă altfel. Perspective culturale (em português A história recente de forma diferente. Perspectivas culturais), Andi Mihalache, Adrian Cioflâncă (coordenadores), Iași, Editura Universității„Al. I Cuza”, 2013. Publicou vários estudos em áreas como a história do Holocausto, a história do comunismo, a história cultural, a teoria da história.