As luzes do oriente latino - arquitetura de um príncipe romeno

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O especial interesse despertado no meio artístico e arquitetural português pela exposição "As luzes do oriente latino - arquitetura de um príncipe romeno" da Trienal de Lisboa determinou o Instituto Cultural Romeno em Lisboa a propor, ao público português em geral e à comunidade romena de Lisboa, uma nova itinerância, desta vez na sede do ICR Lisboa. Terça-feira, dia 26 de janeiro de 2016, pelas 19h00, a galeria do Instituto Cultural Romeno acolherá a inauguração e a palestra do autor da exposição, Sorin Vasilescu, Prof. Arquiteto na Universidade de Arquitetura e Urbanismo "Ion Mincu" de Bucareste, que regressará a Lisboa especialmente para este evento. A exposição foi realizada em parceria com a Biblioteca Metropolitana de Bucareste, que disponibilizou os painéis apresentados.

Este evento focaliza-se num momento crucial na evolução da civilização do espaço romeno. Governando um principado situado a sul dos Cárpatos, Constantin Brâncoveanu é, de longe, o príncipe mais vigiado pela administração de Istambul, na altura em que o seu reinado coincidia com a perda do controlo otomano sobre as províncias da Transilvânia e do Banato.

Príncipe de grandes ambições, Brâncoveanu tentou agir em três direções, de modo a consolidar o seu reinado. Consegue estabilizar o seu principado, administrativa e economicamente, e dá legitimidade ao seu reinado, do ponto de vista ideológico, pela afirmação da identidade estatal entre os Cárpatos e o Danúbio, considerada posteriormente o embrião do estado romeno de hoje. Ao mesmo tempo, tenta discretamente promover uma política externa própria (ousadia que, por fim, lhe há de trazer a deposição do trono e o martírio) com o objetivo de redirecionar o principado da órbita levantina para a órbita das nações ocidentais em ascensão.  

O objeto da exposição e da palestra é representado por uma análise da segunda direção (anteriormente referida), pelas duas vertentes do discurso legitimista da arquitetura da época do Brâncoveanu - uma áulica e a segunda de recurso ao prestígio e à influência da igreja, um dos pilar do qualquer poder estatal na época.

Tendo como ponto de partida a realidade arquitectónica existente na Valáquia do seu tempo - caracterizada pelo florescimento espiritual e económico da época do seu antecessor, Matei Basarab, - Brâncoveanu continua o legado dos artesãos romenos chegados da Macedónia nos seculos XIII e XIV, enriquecido pelas influencias romanas e góticas vindas da Transilvânia, do Levante etc. Graças à sua considerável fortuna, manda vir artesãos do Ocidente, conhecedores dos mais recentes métodos e técnicas de construção, inspiradores de programas e morfologias arquitectónicas inovadoras para a Valáquia daquela época. Pondo em prática o dom criador destes artesãos, Brâncoveanu desenvolve um discurso grandiloquente, um verdadeiro projeto politico transposto em pedra, que representa, hoje em dia, uma das componentes mais significativas do património arquitetural e artístico da Roménia.  

Ao longo dos últimos três séculos, "o estilo brâncovenesco", entretanto consagrado pela inclusão de alguns conjuntos arquitectónicos na lista do património mundial da UNESCO, foi fonte de inspiração para a evolução do Art Nouveau no território romeno, bem como para outras correntes e criadores da Roménia e dos arredores.

A palestra do Professor Arquiteto Sorin Vasilescu, situa este estilo - parte integrante do contemporâneo romeno - no amplo contexto do Século das Luzes, que acabara de nascer, revelando um diálogo à distância com a obra de Dimitrie Cantemir, o príncipe erudito da Moldávia, verdadeiro "príncipe das luzes".


Sorin Vasilescu

Arquiteto, professor universitário, doutor em arquitetura (Arquitetura Totalitária - arquitetura fascista, nazista e estalinista, 1993), Sorin Vasilescu é membro da Associação dos Cientistas Da Roménia, membro do Centro Internazionale di Studi di Architettura Andrea Palladio (CISA), da Associação Europeia para o Ensino da ArquiteturaVisiting Professor nas Faculdades de Arquitetura de Strasbourg, Liège, Milão e Torino. Foi eleito membro do Senado da Universidade de Arquitetura (1990-2012), presidente da Comissão Nacional Romena do ICOMOS (2002-2006), Diretor da Escola de Altos Estudos da Universidade de Arquitetura e Urbanismo "Ion Mincu" de Bucareste (2004-2008). Atualmente é professor de História da Arquitetura Moderna e Contemporânea, Arquitetura do Espaço Interior, Estilos, Historia das Artes Visuais, na Universidade de Arquitetura e Urbanismo "Ion Mincu" de Bucareste, coordenador de projetos de licenciatura, de doutoramentos e, desde 2008,  presidente da Fundação Giulio Magni. Em 2015, foi-lhe atribuído o prémio "Opera Omnia" da Academia Romena.

De entrada livre, esta exposição ficará patente até dia 10 de Fevreiro