Entre 4 e 18 de Julho de 2015 decorrerá a 32ª edição do Festival de Teatro de Almada. No âmbito deste evento, o Instituto Cultural Romeno em Lisboa em parceria com a Companhia de Teatro Almada apresentam dois espetáculos na interpretação dos atores do Teatro Nacional de Cluj-Napoca. Trata-se das peças: O Ginjal de Anton Tchecov, com encenação de Roberto Bacci, que será apresentada no dia 12 de julho (18h00, Sala Principal do Teatro da Trindade de Lisboa, Largo da Trindade, 7 A) e O Espetador condenado à morte de Matei Vișniec, com encenação de Răzvan Mureșan, que terá 3 representações nos dias: 13 de julho (21h30), 14 de julho (16h00) e 15 de julho (21h30), na sala Experimental do Teatro Municipal Joaquim Benite em Almada (Av. Prof. Egas Moniz).
O Ginjal de A. Cehovencenação: Roberto Bacci
dramaturgia: Stefano Geraci
cenografia: Adrian Damian
desenho de luz: Jenel Moldovan
assistência de encenação: Maria Rotar, Francesco Puleo
duração: 2h50 (com intervalo)
língua: romeno com legendas em português
Intérpretes: Ramona Dumitrean, Alexandra Tarce, Anca Hanu, Ionuţ Caras, Sorin Leoveanu, Cristian Grosu, Cătălin Herlo, Irina Wintze, Radu Lărgeanu, Patricia Brad, Cornel Răileanu, Matei Rotaru, Miron Maxim, Pusztai Renato Aladar, Albert Gábor Balázs
Num palco coberto de branco (uma alvura que invade a plateia, por meio de uma passarela), os atores do Teatro Nacional de Cluj-Napoca interpretam um dos textos clássicos da dramaturgia ocidental, no qual o diretor italiano, Roberto Bacci, realça o tempo como tema tchecoviano por excelência. “O tempo é feito de muitas coisas: como é que reagimos à transformação? Ao nosso envelhecimento e ao dos que nos são próximos?”. A um cerejal que representa a melancolia, o passado e a tranquilidade de um mundo tradicional vai chegar o jovem empreendedor Lopakhin, representante da modernidade – do progresso. Para os novos-ricos não existe espaço para a evocação do passado. As regras do capitalismo, parecia dizer-nos Tchecov no início do século XX, não prevêem a existência do lirismo nas nossas vidas.
Para mais informações:
http://www.ctalmada.pt/cgi-bin/wnp_db_dynamic_record.pl?dn=db_festivais&sn=festival_2015&orn=442
Compra de bilhetes em: http://www.ctalmada.pt/festivais/2015/bilheteira.html
Roberto Bacci (Pisa, 1949) é diplomado em Teatro pela Universidade de Pisa. Em 1973 funda o Centro para a Experimentação e Pesquisa Teatral de Pontedera, que actualmente dirige, e para onde já convidou mestres como Jerzy Grotowski, Peter Brook, Eugénio Barba, Anatoly Vasiliev, Raoul Ruiz, entre muitos outros. Dirigiu espectáculos na Europa, América Latina e Médio Oriente. Actualmente é director do festival Fabbrica Europa, em Florença.
O Espectador condenado à morte de Matei Vișniec encenação: Răzvan Mureșan
cenografia: Tudor Lucanu
assistência de encenação: Radu Lărgeanu
piano: Luiza Ghindă
duração: 1h40
língua: romeno com legendas em português
Intérpretes: Miron Maxim, Cristian Grosu, Ionuţ Caras, Patricia Brad, Diana Buluga, Alexandra Tarce, Ileana Negru, Elena Ivanca, Radu Lărgeanu, Matei Rotaru, Silvius Iorga
Para mais informações:
http://www.ctalmada.pt/cgi-bin/wnp_db_dynamic_record.pl?dn=db_festivais&sn=festival_2015&orn=445
Compra de bilhetes em: http://www.ctalmada.pt/festivais/2015/bilheteira.html
Utilizando uma disposição cénica na qual os espetadores rodeiam os actores, numa relação a um tempo íntima e opressiva, O espectador condenado à morte consiste numa paródia amarga ao sistema judicial da Roménia de Ceauşescu. Um grupo de juízes impiedosos mostra um total desprezo pela mais que presumível inocência do réu: na verdade, neste tribunal, qualquer um, a qualquer hora, pode tornar-se acusado. Mesmo o mais incauto espectador. A dada altura são as figuras do autor e do encenador que entram em cena, tomando parte num julgamento cuja lógica se constrói à medida que a própria acção vai decorrendo.
Nascido na Roménia em 1956, Matéi Vișniec destacou-se na paisagem literária romena dos anos 80. Tendo sido a sua obra proibida pelo regime de Ceausescu em 1987, o dramaturgo exilou-se em França, onde reside atualmente e trabalha como jornalista para a Radio France Internationale. Com mais de 30 peças editadas, muitas das quais já representadas em países como Itália, Grã-Bretanha, Polónia, Turquia, Suécia, Alemanha, Israel, Estados Unidos Canadá, Japão e Brasil, Matei Vișniec é o autor dramático vivo com mais representações na Roménia. Recentemente, foi distinguido com o Prémio Europeu 2009 da SACD e o Prémio “Coup de Coeur” (imprensa) no Festival Off de Avignon nas edições de 2008 e 2009.
Răzvan Mureşan (Cluj-Napoca, 1975) tem desenvolvido o seu trabalho como encenador no Teatro Nacional de Cluj-Napoca, dirigindo espectáculos a partir de textos de Sarah Kane, Bryan Reynolds, Luca Romanov, Robert Cohen, Hervé Blutsch ou Matei Vişniec, entre outros.